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A história da Rainha que virou Santa – Isabel

Essa é uma daquelas histórias que nos encantam e nos ensinam tanto sobre paz, amor, transformação e generosidade. E o melhor, aconteceu, de verdade em Pleno Século XIII . Datada antes de um outro grande marcante acontecimento, a linda e trágica História de amor de Inês e D. Pedro, também verdadeira e verídica historia, ao contrario da famosa Romeu e Julieta que não passou de uma ficção. Em breve por aqui iremos falar mais sobre Isabel e Pedro pois vale muito a pena.

A conexão entre as histórias de Inês de Castro e Santa Isabel :

A conexão dos dois fatos se dá pois a Santa/ Rainha Isabel foi esposa do D. Diniz de Castilla, que teve um filho bastardo (favorito) D. Afonso Sanches, que fugido de seu irmão o conflituoso D. Afonso IV, se refugiou no CasteIo de Albuquerque , e foi ele (D. Afonso Sanches) o pai adotivo de D. Inês de Castro , a protagonista da história de amor mais importante de Portugal.

A Santa Rainha Isabel e sua história de tolerância, bondade e pacificidade:

Isabel nasceu na Espanha, em 1271. Entre seus antepassados estão muitos santos, reis e imperadores. Era filha de Pedro II, rei de Aragão, que, no entanto, era um jovem príncipe quando ela nasceu. Sem querer ocupar-se com a educação da filha, o monarca determinou que fosse cuidada pelo avô, Tiago I, que se convertera ao cristianismo e levava uma vida voltada para a fé. Sorte da pequena futura rainha, que recebeu, então, uma formação perfeita e digna no seguimento de Cristo.

Tinha apenas doze anos quando foi pedida em casamento por três príncipes, como nos contos de fadas. Seu pai escolheu o herdeiro do trono de Portugal, dom Dinis. Esse casamento significou para Isabel uma coroa de rainha e uma cruz de martírio, que carregou com humildade e galhardia nos anos seguintes de sua vida.

Isabel é tida como uma das rainhas mais belas das cortes espanhola e portuguesa; além disso, possuía uma forte e doce personalidade, era também muito inteligente, culta e diplomata. Ela deu dois filhos ao rei: Constância, que seria no futuro rainha de Castela, e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. Mas eram incontáveis as aventuras extraconjugais do rei, tão conhecidas e comentadas que humilhavam profundamente a bondosa rainha perante o mundo inteiro.

Ela nunca se manifestava sobre a situação, de nada reclamava e a tudo perdoava, mantendo-se fiel ao casamento em Deus, que fizera. Criou os filhos, inclusive os do rei fora do casamento, dentro dos sinceros preceitos cristãos.

Perdeu cedo a filha e o genro, criando ela mesma o neto, também um futuro monarca. Não bastassem essas amarguras familiares, foi vítima das desavenças políticas do marido com parentes, e sobretudo do comportamento de seu filho Afonso, que tinha uma personalidade combativa. Depois, ainda foi caluniada por um cortesão que dela não conseguiu se aproximar. A rainha muito sofreu e muito lutou até provar inocência de forma incontestável.

O Milagre das Rosas

A história mais popular da Rainha Santa Isabel é sem dúvida a do milagre das rosas. Segundo a lenda portuguesa, a rainha saiu do Castelo de Leiria numa manhã de Inverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Surpreendida pelo soberano, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha teria exclamado: São rosas, Senhor!. Desconfiado, D. Dinis inquirido: Rosas, em Janeiro?. D. Isabel expôs então o conteúdo do regaço do seu vestido e nele havia rosas, ao invés dos pães que ocultara.

A época exacta do aparecimento desta lenda na tradição portuguesa não está determinada. Não consta de uma biografia anónima sobre a rainha escrita no século XIV, mas circularia oralmente pelo país nas últimas décadas desse século. O mais antigo registo conhecido é um retábulo quatrocentista conservado no Museu Nacional de Arte da Catalunha.

O primeiro registo escrito do milagre das rosas encontra-se na Crónica dos Frades Menores:

Levava uma vez a Rainha santa moedas no regaço para dar aos pobres(…) Encontrando-a el-Rei lhe perguntou o que levava,(…) ela disse, levo aqui rosas. E rosas viu el-Rei não sendo tempo delas.

Em meados do século XVI a lenda já tinha sido amplamente difundida, e foi ilustrada por uma pintura anónima, conhecida por Rainha Santa Isabel, no Museu Machado de Castro de Coimbra, e por uma iluminura da Genealogia dos Reis de Portugal de Simão Bening sobre desenho de António de Holanda. No século XVII surgem mais dois trabalhos anónimos retratando a rainha, a pintura a óleo no átrio do Instituto de Odivelas e o retábulo do Mosteiro do Lorvão.

Note-se que da sua tia materna, Santa Isabel da Hungria, e assim como da Santa Cacilda[18] e da Santa Zita[19], se conta uma lenda muito idêntica à do Milagre das Rosas.

Também reza-se a história nos Açores que pela sua bondade ao alimentar os pobres se criou as tradicionais Festas de Espírito Santo que ocorre nas ilhas dos Açores entre Maio e Setembro de cada ano.


Sua atuação nas disputas internas das cortes de Portugal e Espanha, nos idos dos séculos XIII e XIV, está contida na história dessas cortes como a única voz a pregar a concórdia e conseguir a pacificação entre tantos egos desejosos de poder. Ao mesmo tempo que ocupava o seu tempo ajudando a amenizar as desgraças do povo pobre e as dores dos enfermos abandonados, com a caridade da sua esmola e sua piedade cristã.

Ergueu o Mosteiro de Santa Clara de Coimbra para as jovens piedosas da corte, O mosteiro cisterciense de Almoste e o santuário do Espírito Santo em Alenquer. Também fundou, em Santarém, o Hospital dos Inocentes, para crianças cujas mães, por algum motivo, desejavam abandonar. Com suas posses sustentava asilos e creches, hospitais para velhos e doentes, tratando pessoalmente dos leprosos. Sem dúvida foi um perfeito símbolo de paz, do seu tempo.

Quando o marido morreu, em 1335, Isabel recolheu-se no mosteiro das clarissas de Coimbra, onde ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Antes, porém, abdicou de seu título de nobreza, indo depositar a coroa real no altar de São Tiago de Compostela. Doou toda a sua imensa fortuna pessoal para as suas obras de caridade. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, na oração, piedade e mortificação, atendendo os pobres e doentes, marginalizados.

A rainha Isabel de Portugal morreu, em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336. Venerada como santa, foi sepultada no Mosteiro de Coimbra e canonizada pelo papa Urbano VIII em 1665. Santa Isabel de Portugal foi declarada padroeira deste país, sendo invocada pelos portugueses como “a rainha santa da concórdia e da paz”.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Se você gostou desse post é bom saber que:

Santa Isabel é a padroeira da Cidade de Coimbra:

De dois em dois anos, em anos pares, realiza-se a procissão noturna penitencial na quinta-feira, na qual a imagem da Rainha Santa é transportada em braços até à lindaIgreja de Santa Cruz, de onde regressa no domingo seguinte, em procissão solene. Este ano, devido à pandemia da Covid-19, a procissão foi cancelada.


Seu corpo encontra-se no Mosteiro de Santa Clara, também em Coimbra.

Castelo de Estremoz – Évora – foi onde Santa Izabel viveu seus últimos anos e faleceu.

Para miúdos e graúdos um resumo musical dessa linda história:

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